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O Super-homem
Reynaldo Valinho Alvarez
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Abro a janela e solto-me no espaço.
A vida é um pátio aberto em plena escola,
para onde eu vou, com pasta e com sacola,
toda manhã, de sol ou de mormaço.
Queria ser igual ao Homem-Aço,
para voar mais alto do que a mola
que tenho no meu peito ou do que a bola
que impulsiono a correr e sem cansaço.
Na linha das montanhas, me liberto
e eis que percorro todo o espaço aberto,
como no pátio alegre do recreio.
Sou mais que o Super-Homem, pois não tenho
os limites quadrados do desenho,
para conter meu vôo e meu anseio.
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Em: Galope do Tempo, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro: 1997, p. 83.
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Reynaldo Valinho Alvarez (RJ, RJ, 1931) Formado em Letras Clássicas, Direito, Economia e Administração. Prêmios da Academia Brasileira de Letras, do Instituto Nacional do Livro, a Fundação Biblioteca Nacional, a Fundação Cultural do Distrito Federal, a União Brasileira de Escritores, a Câmara Brasileira do Livro, a Fundação Catarinense de Cultura, o Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, entre outros.
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Algumas Obras:
Cidade em grito, 1973
Roteiro solidão, 1979
Canto em si e outros cantos, poesia, 1979
As aventuras de Princês, o príncipe sem medo, infanto-juvenil, 1979, 1982
O Solitário gesto de viver, poesia, 1980, 2000
Solo e subsolo, poesia, 1981
O sol nas entranhas, poesia, 1982
Quem sabe o sim sabe o não, 1982
Monteiro Lobato: escritor e pedagogo, 1982
Calatrava, 1983
Gabrilofe, 1984
Pássaro sem asas, memória do abismo, romance, 1984
O grande guru, 1986
Ladrão que rouba ladrão, 1987, 2002
Um índio caiu do céu, infanto-juvenil, 1988
O dia em que os bichos votaram, 1989, 2004
A incrível peleja do pinto calçudo, 1990, 1996, 2000
O A-Bê-Cê da Nanica, 1994, 2003
O continente e a ilha, poesia, 1995
Chutando estrelas, 1995
Eu digo Rio e sorrio, 1997
Guerra dos humildes, 1997
Galope do tempo, poesia, 1997
A faca pelo fio, poesia, 1999
Das rias ao mar oceano, 2000
O tempo e a pedra, poesia, 2002
Lavradio, 2004
O vôo de Cauã, 2004
Corta a noite um gemido, poesia, 2007
Janeiros com rios, poesia, s/d







Este é um belíssimo soneto.
Pueril, como os gibis do homem de aço!
Mondibom!